um parto como esse do 1,2,3, saco de farinha, nem que fosse só um pouco parecido
Uma das coisas que costumo ler em relatos de partos domiciliares e que pude viver nesse parto foi a continuidade da vida. Não há rupturas, não há quebras. Não saímos do nosso ninho, não há grandes produções, grandes resguardos. Simplesmente o sol nasce e há mais uma criança em casa. Tomamos nosso chá, damos café da manhã ao filho mais velho, recebemos o entregador de orgânicos. Assim, como um dia qualquer.
Mas um dia perfeito.
------------------------------------------------------------------------------------------------
Ps: não tive como não lembrar das ambulancias em minha rua hoje, é claro que não foi um caso parecido, muito menos para ser comparado, mas tem coisa que vale a pena deixar aqui pra quem sabe ajudar a resolver os problemas do Brasil, uma mulher que mora em minha rua, mais especificamente em um terreno -leia-se sem casa- já pariu 7 vezes, todos estão com o conselho tutelar, e hoje veio mais um rebento ao mundo, ali no terreno, sem nenhum acompanhamento, nem de médico, nem de doula, nem de parteira, acho que nem roupa tinha ali, só ela e ele, e os vizinhos todos bisbilhoteiros, e quando é que teremos dignidade para todos desses pais? e quando é?